se quiser saber um pouco mais do mesmo, nada de novo:

"auto-consciência".


17-06-08. Esta é uma poesia grande, com cara de texto de jornal, escrita a 6 mãos. Jogue umas palavras no papel (ou no teclado). O dia do aniversário está entre os mais fortes para deixar o coração falar o que quer. Faça hoje um balanço (sem exagero, claro) do que passou, assuma um compromisso alcansável para o próximo e celebre, celebre o dia, sozinho, com sua companheira ou companheiro, com as lembranças, com as memórias. Tem que ser assim. Os últimos anos estão sendo bons demais. Nós (a turma toda) somos e estamos prósperos, saudáveis vanguardas em tudo. Sem modéstia, há um bom futuro pela frente. Vejo chácaras... crianças... bons filmes.. boas músicas.. violões afinados... risos e gente feliz por todo lado. Sem contar que daremos conta de jogar futebol. Há sim. Tempo houve que lamentei ter nascido depois de uma geração interessante. hoje vejo que nascemos num período de gestação de uma nova geração ('pois que sonhe, a que há de vir...'). temos tudo pra conciliar as "questões políticas" com esses valores indispensáveis da vida e do lazer. No dia do seu aniversário, ou no dia do meu, do dela, do nosso, seja qual for, quero pra você e pra mim tudo o de melhor que possa existir. Tudo o que Deus inventou e fez no mundo pra dar alegria. De cada coisa que existe, uma beleza se tira e pode ser transformada em presente. Mesmo que eu levasse tudo pra você, ou roubasse tudo pra mim, seria pouco. Quero pra você, tudo o que tenho. Quero pra você, tudo o que você queira, Tudo aquilo que sonhar e um dia espera ter, tudo o que já tem, que tenha em dobro e um pouco mais, caso dê felicidade por um minuto ou por toda a vida. É bom dizer sempre e ouvir: "Sou muito feliz por estar do seu lado". Como brinca o Rubem Alves, "Só quero um presente... Vocês crianças, quando pensam em aniversário, dão risada e ficam felizes. Aniversário é dia de festa e presentes. Toda criança quer que o tempo passe depressa para ficar mais velha, deixar de ser criança e ficar adulta. Acham que ser criança é coisa ruim, porque crianças não são donas do seu nariz, não fazem o que querem. Bom mesmo é ser grande. Os grandes fazem o que querem e não precisam pedir permissão. Criança é passarinho sem asas. Adulto é passarinho com asas: voam bem alto e vão aonde as crianças não podem ir. No dia do aniversário as crianças olham para frente: imaginam que está chegando o dia quando elas terão asas e poderão voar. Pois esse dia chegou. Meu aniversário me diz que agora sou velho. Ser velho tem vantagens. Uma delas é ser avô. Vocês só existem porque eu deixei de ser criança e fiquei velho. No dia do meu aniversário os números vão mudar, como mudam no rodômetro, aquele aparelhinho no painel do carro que marca a quilometragem. Está lá "67" e aí, de repente, o "7" dá um pulo e o "8" aparece no seu lugar. Esse é um jeito de marcar o tempo, contando os números. Jeito bobo. Os números não dizem nada. Há um verso sagrado que diz: "Ensina-me a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios." Muita gente envelhece sem ficar sábio. O que é um sábio? Sábio não é quem sabe muito. Sábio é quem come a vida como se ela fosse um fruto saboroso. O sábio presta atenção nos prazeres e alegrias de cada momento. E o que dá prazer e alegria não são coisas grandes, festas com bolo, bexigas e presentes. O que dá alegria são coisas pequenas. Por exemplo: brincar com um cachorrinho. Balançar num balanço. Andar na água fria de um riachinho. Ver um ipê florido. Ler um livro. Armar um quebra-cabeças. Ver fotografias antigas". Se tiver que ser por um só dia, que seja hoje, se tiver que ser a vida inteira, que se renove a cada amanhecer, o presente mais importante: a paixão e o sentimento de pertença ao mundo dos sorrisos. "É, cumpadre meu, que te dizer? Já sabes, mais tarde passo aí pra um abraço". êta vida boa e boba, meu pai, de ficar velho, de ficar mais moço. De ficar mais, moço, ficar mais... ficar mais... ficar mais... ficar mais...

O Velho e o Moço
Rodrigo Amarante

Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer que eu preciso sim
De todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar o que eu fiz.
Quem então agora eu seria?

Ahh tanto faz! E o que não foi não é,
Eu sei que ainda vou voltar... Mas, eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão.
Quando vem dizer que eu não sei medir,
nem tempo e nem medo.

E se eu for o primeiro
a prever e poder desistir do que for dar errado?

Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.

Ahhh, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser aceito a condição.

Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir...

O Velho e o Novo
Taiguara


Deixa o velho em paz
Com as suas histórias de um tempo bom
Quanto bem lhe faz
Murmurar memórias num mesmo tom

A sua cantiga, revive a vida
Que já se esvai
Uma velha amiga, outra velha intriga
E um dia a mais

Vão nascendo as rugas
Morrendo as fugas a as ilusões
Tateando as pregas
Se deixa entregue às recordações

Em seu dorso farto
Carrega o fardo de caracol
Mas espera atento
Que o céu cinzento lhe traga o sol

Ele sabe o mundo
O saber profundo de quem se vai
O que não faria
Pudesse um dia voltar atrás

Range o velho barco
Lamento amargo do que não fez
E o futuro espelha
Esse mesmo velho que são vocês

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