se quiser saber um pouco mais do mesmo, nada de novo:

Comunicam sua saída da Sede

Aos Companheiros e Companheiras dos Núcleos e Universidades:

Comunicam sua saída da Sede da Educafro:


Heber - Coord. Geral,
Douglas - Coord. Político,
Vanessa - Coord. Adm,
Jorge - Jornalista,
Adriano - Coord. Pedagógico,
Cleiton Meneses – Assistente SeUni,
Cleyton Borges – Coord. SeNuc/Jurídico,
Nádia – Assistente SeNuc,
Flávio – Assistente SeUni,
Maíra - Assistente SeUni,
Juliana – Núcleo de Mulheres Negras,
Lorena Bonfim - Núcleo de Mulheres Negras,
Suellen - Assistente Adm,
Débora – Assessora Pedagógica
Noemy - Assistente SeNuc,
Jarlene – Estagiária/ Núc. Mulheres Negras,
William - Assistente SeUni,
Thayan - Assistente Seppaa,
Vinícius – Manutenção de rede,
Amanda - Assistente Adm.


Com respeito e humildade, informamos e justificamos, por esta carta, nossa decisão de sair da Direção e dos trabalhos da Sede da Educafro, por não concordar com o método e modelo de gestão impostos por Frei David. Nossas discordâncias são principalmente de cunho ideológico.

Nesses anos de construção da Educafro , várias pessoas se destacaram, entre elas Frei David, que foi o fundador e um dos que se dedicou radicalmente a essa causa. Prova disso foram os acontecimentos no Senado entre os meses de novembro e dezembro de 2008.

No entanto, milhares de pessoas (em centenas de núcleos) também se doaram radicalmente para que a Educafro fosse hoje o movimento de vanguarda que é. Entre estas pessoas, estamos nós ex-integrantes/dirigentes da Sede.

A decisão da saída de todo o grupo é fruto de situações acumuladas nestes anos, de conflitos ideológicos com Frei David e seu método de trabalho. A cada ciclo, outros companheiros(as) tomaram a mesma decisão de maneira individual.

Com o deslocamento de Frei David para Santa Catarina, no início de 2007, a Sede permaneceu sem sua figura mais emblemática ou contou com sua atuação à distância. Ele carrega consigo, além dos inquestionáveis talentos e liderança, vícios como a centralização, o apego a hierarquia nas relações e visão de que a democracia e os embates de idéias causam os conflitos ou divisões de poder.

A partir de 2007, sempre ao lado dos frades sucessores (Frei Antônio Leandro e Frei Valnei Brunetto), estabelecemos uma nova dinâmica no relacionamento entre Sede – Núcleos – Bolsistas. A democratização das relações norteou os trabalhos. Citamos por exemplo a prioridade dada à formação cidadã; encontros com universitários; o resgate do Conselho Geral da Educafro (CGE) formado por 10 coordenadores(as) eleitos(as); aproximação com o movimento negro e atenção às linhas políticas propostas pelos Sefras. O que fizemos nestes últimos dois anos foi motivar e valorizar o protagonismo das pessoas que "fazem a Educafro em sua essência". Tudo isso está registrado nas publicações.

Levamos com intensidade a luta do negro para todas as dimensões da luta popular. Compreendemos que a luta contra o racismo e por Cotas/Ações Afirmativas precisa estar aliada à luta social contra as estruturas que geram todas as desigualdades do mundo capitalista. Há muitas discordâncias com Frei David neste aspecto político.

Desde seu retorno ocorreram tentativas de conciliação, porém, percebemos a incompatibilidade entre o que acreditamos e sonhamos, com a prática trazida de volta por Frei David. Infelizmente, ele e seu futuro corpo funcional deverá passar por cima da construção democrática e da horizontalidade dos últimos dois anos. As decisões tomadas coletivamente em nossos Retiros de Sumaré (2007) e Guararema (2008) serão rechaçadas.

Nossa formação contestadora e nosso compromisso com a luta popular e com a causa do negro não nos permitem renegar a construção coletiva e o diálogo. Entendemos que o poder, tanto na Educafro como em qualquer movimento de massa, já é naturalmente dividido por todos os que deste movimento participam. O povo da Educafro ganha ao avaliar o caráter pedagógico, construtivo e provocador de nossa saída.

A Educafro é o povo que se organiza de maneira autônoma, pura de coração, singela e resistente nos núcleos. Sem os núcleos e o sem os milhares de militantes que os organizam, não existe Educafro. É necessária e urgente a valorização de quem efetivamente constrói o movimento.

Agradecemos aos companheiros/as de outras lutas e aos frades da Província Franciscana, continuadores da obra de Francisco de Assis, que por inúmeras ocasiões nos receberam e apoiaram durante esses 10 anos. Reivindicamos São Francisco de Assis, em seu desprendimento!

São Paulo, 23 janeiro de 2009.

Permaneceremos nesta luta, com mais ânimo,

com mais força e com muito axé!

Organize-se e lute!

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